Foram dias sufocantes. Eu acordava já pensando em Isadora e ia dormir com o rosto dela estampado na minha mente, os olhos azuis que sempre foram minha perdição. Cada vez que lembrava dela com Gustavo, o sangue fervia em mim. Era uma mistura de ciúmes, raiva e medo. Medo do que aquele cara poderia fazer com ela. Eu tentava racionalizar. Tentava repetir para mim mesmo: “Você pode estar exagerando, Enzo. Talvez ele seja só um namorado ciumento. Talvez não tenha nada demais.” Mas aí vinha a cena no restaurante, a maneira como ele virou o rosto dela à força, quase como se estivesse dizendo “Você não olha para mais ninguém, só para mim”. E aí toda a minha lógica ruía. Não. Aquilo não era normal. Não era saudável. Eu sabia, no fundo, que tinha alguma coisa errada. Rafael ficou alguns dias sem

