Eu nunca me imaginei nesse papel. Sempre fui um cara direto: se eu queria algo, eu ia atrás, encarava de frente. Nunca fui de rodeios, nunca fui de espiar pelas frestas. Mas agora… agora me via encostado no volante de um carro que não era meu, um boné escondendo parte do rosto, os olhos fixos no retrovisor enquanto esperava a saída de Isadora do hospital. Meu coração batia rápido. Uma parte de mim gritava que aquilo era errado, que parecia coisa de maluco. Mas a outra parte… ah, essa outra parte não se calava: “Você precisa protegê-la, Enzo. Se não for você, quem será?” Já não se tratava apenas de ciúmes. Eu tinha nas mãos o relatório de Rafael, as entrelinhas das ex-namoradas de Gustavo. Controlador. Possessivo. Intenso demais. Palavras bonitas para mascarar uma verdade feia: ele era p

