Eu saí da sala de reuniões como quem sai de um funeral. Um funeral não de alguém querido, mas de mim mesmo. As paredes de vidro do corredor refletiam meu rosto transtornado. Eu m*l conseguia me reconhecer: olhos injetados, mandíbula travada, respiração pesada. Cada funcionário que me olhava desviava rápido, como se não pudesse sustentar a vergonha que eu carregava estampada na cara. Meu coração batia tão forte que parecia ecoar dentro do crânio. Eu queria gritar. Quebrar tudo. Destruir aquelas paredes que agora me sufocavam. Mas não. Eles não teriam esse prazer. A cada passo que eu dava em direção ao elevador, lembrava do rosto triunfante do meu pai. Do sorriso venenoso de Lara. Daqueles malditos sócios levantando as mãos um a um, como se estivessem numa execução pública. Me traíram

