No calor da madrugada

1133 Words

O silêncio que reinava naquele quarto só era quebrado pela respiração acelerada de Isadora e pela minha, misturando-se em ondas que se encontravam no ar pesado de desejo. As cortinas, abertas pela metade, deixavam entrar um feixe de luz prateada da lua, que recortava nossas silhuetas no lençol amarrotado. Eu a observava, e parecia impossível acreditar que aquela mulher, antes tão distante e tão presa a correntes invisíveis, agora estava ali, tão entregue, deixando-se envolver em algo que crescia entre nós como uma chama alimentada pelo vento. Isadora tinha os cabelos espalhados pelo travesseiro, desalinhados, mas de uma beleza que me fazia querer perder horas apenas olhando. Seus olhos ainda brilhavam, marejados por tudo que havíamos vivido até ali. Havia algo de inocência e, ao mesmo tem

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