A manhã em que precisamos voltar parecia quase uma provocação da própria natureza. O céu estava de um azul profundo, o sol refletia no mar como um milhão de cristais quebrados em movimento, e a brisa tinha aquele cheiro salgado, fresco, que parecia querer nos convencer a ficar mais tempo. Isadora estava sentada na varanda do quarto, enrolada em um lençol branco que deslizava dos ombros, revelando de leve a pele dourada pela claridade da manhã. Ela bebia café, os cabelos ainda bagunçados da noite anterior, e mesmo assim parecia a mulher mais deslumbrante que eu já tinha visto. Eu me aproximei devagar, como quem não queria estragar aquele quadro perfeito. Apoiei as mãos no encosto da cadeira dela e me inclinei para beijar o topo da cabeça, aspirando o perfume suave que ainda carregava traço

