Boatos

1282 Words

O silêncio já não era mais apenas ausência de som, era presença. Presença dele, do olhar constante, da respiração que parecia me seguir mesmo quando eu estava sozinho. Gustavo não precisava estar diante de mim para que eu o sentisse, e isso era o que mais me inquietava. Era como se sua sombra tivesse se instalado em cada canto da minha vida, me observando, esperando o momento certo de agir. Eu tentava não demonstrar nada quando estava com Isadora, mas dentro de mim o nó se apertava a cada dia. E ainda assim eu sorria quando a via chegando com aquele jeito doce, me contando sobre o hospital, sobre as crianças que atendia, sobre o quanto o cansaço parecia quase valer a pena quando via um paciente melhorar. Eu ouvia, respondia, às vezes até fazia piada, mas por dentro me corroía, porque a cad

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