A viagem começou com o silêncio confortável de quem sabe que não precisa de palavras para justificar a escolha. Eu e Isadora embarcamos cedo, e desde o momento em que passamos pela fila do embarque até as poltronas do avião, tudo parecia diferente. Talvez fosse o ar de fuga, talvez fosse o jeito como ela sorria como se, finalmente, pudesse respirar sem sentir o peso de tudo que havíamos enfrentado. No avião, ela usava uma calça jeans justa e uma blusa branca leve, que deixava entrever as curvas quando ela se movia. Sentei ao lado dela, e quando o avião decolou, Isadora segurou minha mão sem dizer nada. Aquele gesto simples queimou mais do que qualquer discurso. — Tá nervosa? — perguntei, sorrindo. Ela encostou a cabeça no meu ombro, os fios de cabelo me fazendo cócegas no pescoço. — Nã

