O relógio marcava quase duas da manhã quando eu ainda estava ali, no escritório da mansão, com as luzes baixas e o silêncio pesado me cercando. A cidade lá fora dormia, mas dentro daquela casa a guerra tinha acabado de começar.
As pastas espalhadas pela mesa eram mais do que simples documentos: eram munição. Relatórios contábeis, extratos bancários, registros de despesas… todos cuidadosamente organizados pelo Álvaro. Ele tinha feito questão de deixar post-its amarelos indicando os pontos mais comprometedores, e cada um deles era como um golpe silencioso no orgulho de Lorenzo.
Peguei o telefone e disquei o número do meu advogado.
— Desculpe o horário, mas amanhã vamos protocolar a ação — falei sem esperar formalidade. — Quero iniciar o processo para revisão da presidência da empresa.
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