As horas se arrastavam como uma tortura. Eu já havia me acostumado ao silêncio de Isadora, aquele vazio que me perseguia em cada canto da mansão, mas ao mesmo tempo ainda existia dentro de mim a chama teimosa que insistia em esperar. Esperar uma ligação, uma mensagem, qualquer sinal de que ela ainda queria lutar por nós. Eu dizia para mim mesmo que era perda de tempo, que tudo já tinha acabado, mas no fundo… eu não queria que tivesse. Naquela tarde cinzenta, quando a chuva tinha acabado de cessar e o cheiro da terra molhada invadia o jardim, o impossível aconteceu. O celular vibrou sobre a mesa de centro da sala. Quando vi o nome “Isadora” piscando na tela, meu coração parou por um instante. Atendi com a voz hesitante, quase sem acreditar. — Alô? Do outro lado, silêncio. Só a respiraçã

