O quarto do hotel era grande, quase espaçoso demais para alguém que não queria companhia. Cortinas pesadas bloqueavam a luz do sol, e o ar-condicionado resfriava o ambiente, mas não conseguia afastar a sensação de inquietação que pairava sobre mim. A cama enorme parecia ainda maior em contraste com a minha solidão, e eu me joguei sobre ela, encarando o teto como se ele pudesse me dar respostas que ninguém mais tinha coragem de me oferecer. Ficar sozinho deveria ser libertador, mas não era. Cada minuto que passava me lembrava daquilo que eu queria esquecer — ou pelo menos controlar. O rosto de Isadora surgia em flashes, inesperadamente, nos cantos da minha mente. Não apenas o rosto, mas o sorriso, a voz, o jeito como ela se inclinava para me provocar, o toque dela naquela noite… o beijo no

