A porta tinha acabado de se fechar atrás da Lara, mas o ar parecia ainda mais pesado do que antes.
Isadora estava em pé, a alguns passos de mim, braços cruzados, queixo erguido.
Eu podia ver o músculo da mandíbula dela se contraindo.
Era aquele tipo de silêncio que não é pausa, é ameaça.
— Então é assim? — perguntei, minha voz mais grave do que eu pretendia. — Você se aproxima, se insinua, me beija, e depois conta pro meu pai que eu fiquei atrás de você?
Ela riu sem humor, um som curto e afiado. — Ah, coitado. O pobre Enzo que não sabe ouvir um "não".
— Não foi um “não”! — avancei um passo, e ela não recuou. — Você me puxou pra perto, Isadora. Você encostou a mão em mim. E quando eu…
— Quando você o quê? — ela me interrompeu, os olhos faiscando. — Resolveu se aproveitar de um moment
