O silêncio dentro da minha cabeça parecia mais alto do que qualquer barulho que pudesse existir. As memórias daquela noite — Isadora nua, apagada, e o sorriso debochado daquele homem — me corroíam como ácido. Eu tentava racionalizar, tentava lembrar das palavras dela, do desespero em seu rosto quando dizia que não lembrava de nada. Mas, ao mesmo tempo, tinha a mentira de Luiza, a cena que eu testemunhei e agora um vazio que crescia dentro de mim, consumindo tudo.
Era como se eu estivesse flutuando num limbo. A razão me empurrava para um lado, o coração para outro. E eu não conseguia sair do lugar.
Foi nesse estado que resolvi procurar alguém que estivesse de fora da situação, alguém que talvez pudesse me ajudar a enxergar com clareza. Não queria ouvir meu pai, porque sabia que Lorenzo ja
