O hospital já era passado, a faca já era passado, até mesmo a morte de Gustavo começava a parecer uma sombra distante. Eu estava inteiro, de pé, reconstruindo meu mundo aos poucos com Isadora… ou ao menos tentando. Mas, depois daquela noite em que a encontrei nua ao lado de um estranho, algo dentro de mim tinha se partido. Eu buscava respostas, mas quanto mais cavava, mais areia movediça parecia engolir meus pés. E foi nesse turbilhão que uma nova desconfiança começou a nascer. Um sussurro incômodo, uma hipótese venenosa, mas que fazia sentido demais para ser ignorada. Talvez tudo tivesse sido armado. E quem mais teria motivos para armar do que... Lorenzo, meu próprio pai? Era como uma cena que eu revivia sem parar: a porta do quarto de Isadora se abrindo, o corpo dela exposto, o sorri

