O relógio marcava pouco depois das três da manhã quando finalmente cheguei à mansão. Dirigir àquela hora sempre me fazia pensar que a cidade era outro lugar. As ruas estavam vazias, os sinais piscando em amarelo, como se tudo estivesse suspenso no tempo. Mas, dentro de mim, não havia paz nenhuma. A conversa com Luiza ainda queimava na minha mente como um veneno lento. Ela tinha me provocado, me testado, deixado claro que sabia mais do que dizia. E, pior, estava gostando do jogo. Era como se ela se alimentasse da minha ansiedade, da minha necessidade por respostas. Joguei a chave do carro sobre a mesa de mármore logo na entrada e caminhei até o bar da sala. Servi um copo de uísque duplo, sem gelo. Engoli o primeiro gole de uma vez, sentindo a queimação descer pela garganta. Ainda assim, o

