A manhã seguinte trouxe consigo uma claridade c***l. O sol invadia meu quarto sem pedir licença, iluminando um espaço que parecia pequeno demais para conter o peso que eu carregava no peito. Não consegui dormir nada. Cada vez que fechava os olhos, era a mesma cena: Isadora nua, indefesa, ao lado de um homem que me olhava com deboche. O veneno daquelas palavras ainda me corroía: “eu a cansei”
E agora, para coroar, eu tinha o testemunho de Luiza. Palavras que não deixavam espaço para interpretações otimistas: ela tinha visto Isadora ceder, rir, brincar, se deixar envolver. Tinha visto ela escolher.
Mas será que era isso mesmo? Parte de mim insistia em desconfiar. A outra parte, ferida e orgulhosa, só queria aceitar a versão mais dolorosa: que tudo tinha passado de uma traição simples, sem
