Pós

884 Words

O sol já atravessava as cortinas da sala quando ouvi um som vindo do escritório. Era um ruído baixo, meio arrastado, como se alguém estivesse se mexendo com dificuldade. Eu estava sentado na cozinha, mexendo distraidamente o café na caneca, quando ouvi o rangido da porta. Lorenzo apareceu no corredor, o cabelo bagunçado, a camisa amassada e um olhar que misturava confusão e incômodo. Andava devagar, como se cada passo fosse um lembrete físico da noite anterior. — Nossa… — ele passou a mão no rosto, massageando as têmporas. — Parece que um caminhão passou por cima de mim. — Ressaca. — Comentei, sem nem olhar muito, mas já prevendo a cena. — E não é leve. Ele resmungou algo inaudível, indo até a geladeira e pegando uma garrafa d’água. Bebeu metade de uma vez só, depois se apoiou no balcã

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