O sábado amanheceu com aquela estranha mistura de ansiedade e mau presságio. Não era exatamente um dia quente, mas o ar parecia mais pesado que o normal, como se a atmosfera conspirasse com o jogo que Lara vinha orquestrando desde a noite da festa. Eu já estava acordado antes mesmo do despertador tocar. Passei um tempo sentado na beira da cama, encarando o chão, tentando decidir se comparecer ao leilão era mesmo uma boa ideia. Mas, no fundo, eu sabia que não ir seria pior: significaria entregar a ela o palco sem nenhum tipo de resistência. O café da manhã foi uma coreografia ensaiada. Lorenzo, impecável no blazer claro, estava animado como uma criança em dia de excursão. Isadora, em um robe de seda branco, folheava uma revista de moda aberta justamente na sessão de vestidos de gala. E, c

