Os dias seguintes à notícia da morte de Gustavo passaram como uma névoa espessa. Eu ainda estava internado, me recuperando fisicamente do golpe que quase me tirou a vida. As enfermeiras vinham e iam, os médicos falavam sobre repouso, antibióticos, fisioterapia. Tudo parecia tão distante, tão irrelevante. Eu não sentia medo, não sentia remorso. Apenas uma frieza anestésica que se espalhara pelas minhas veias junto com o soro que pingava lentamente na agulha presa ao meu braço. Para todos os lados que eu olhava, via apenas consequência. Gustavo estava morto. E eu estava vivo. Essa era a equação final. Simples. Clara. E, para mim, definitiva. Isadora permanecia constantemente ao meu lado. Se antes ela dividia o tempo entre visitas e idas para casa, agora parecia não desgrudar. Dormia na pol

