Se perdendo

852 Words

Na manhã seguinte, o clima na mansão estava pesado. Eu acordei mais cedo do que de costume, não porque tinha compromissos urgentes, mas porque não queria correr o risco de cruzar com a Isadora ainda sonolenta, com aquele jeito blasé de quem acha que pode atravessar a vida no salto alto sem sofrer consequência. Desci para a cozinha e, para minha sorte, ela não estava lá. Fiz café forte, tomei sem açúcar, sentado sozinho à mesa. O silêncio era confortável… até o som dos passos dela ecoar pelo corredor. — Bom dia — ela disse, entrando como se fosse dona do lugar. O robe de seda estava jogado sobre o corpo, e o cabelo preso num coque alto deixava o pescoço exposto. Mas eu não olhei mais do que um segundo. Não queria dar nem esse gostinho. — Bom dia — respondi, mas o tom seco denunciava que

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