O quarto estava mergulhado num silêncio denso. Eu sentia meu coração batendo na garganta, mas a raiva e o desconforto eram mais fortes do que qualquer outra coisa. Lara tinha desaparecido na suíte anexa, mas eu sabia que não ia conseguir simplesmente deitar e fingir que nada tinha acontecido.
Levantei devagar, tentando não fazer barulho, e comecei a procurar minhas roupas pelo chão. Cada peça que eu pegava parecia mais uma prova da bagunça que aquela noite tinha virado. Passei a camisa pela cabeça, calcei o sapato e peguei a jaqueta. Tudo o que eu queria era sumir dali.
Eu já estava a um passo da porta quando ouvi a voz dela, carregada de ironia:
— Vai fugir, é isso? — Lara surgiu encostada no batente, com os braços cruzados. O robe de seda ainda estava frouxo no corpo, mas agora ela nã
