Eu nunca imaginei que um simples café num refeitório de hospital pudesse parecer tão importante. Mas ali estava eu, sentado diante de Isadora, com uma xícara fumegante entre as mãos, sentindo como se cada segundo fosse uma dádiva que eu não podia desperdiçar. O barulho de talheres, passos apressados e vozes ao fundo passava despercebido. A única coisa que realmente importava era ela. — Então, me conta… — ela começou, apoiando o cotovelo na mesa e segurando o rosto com a mão. — O que você tem feito da vida, além de salvar desconhecidos em restaurantes? Ri, meio sem graça. — Ah, não foi nada demais. Juro que se tivesse alguém mais experiente por perto, eu teria deixado. Mas naquele momento, parecia que se eu não fizesse nada… ia carregar aquilo pra sempre. Ela me olhou com aquele brilho

