Eu nunca gostei muito de comprar flores. Sempre me pareceu um gesto clichê, previsível, daqueles que todo homem recorre quando não tem criatividade. Mas naquela manhã, quando acordei, a lembrança dos olhos azuis de Isadora me perseguia tanto que não consegui pensar em nada além de surpreendê-la. Era um gesto simples, eu sabia. Mas era honesto. Saí cedo, antes mesmo de ir para a empresa, e fui até a melhor floricultura da cidade. O cheiro doce das rosas invadiu minhas narinas assim que entrei, e por alguns minutos fiquei apenas olhando, como um garoto perdido. O vendedor me encarou com aquele sorriso treinado. — Um presente especial? — perguntou. — Muito especial. — respondi, quase sem pensar. — Quero as flores mais bonitas que você tiver. Acabei escolhendo um buquê de lírios brancos e

