Nunca fui bom em perder. Em negócios, em jogos, em qualquer disputa. Sempre dei um jeito de virar o jogo. Mas naquela noite, parado no carro com as flores jogadas no chão, eu tinha a sensação de que a vida estava me ensinando, mais uma vez, que com o coração não existe lógica, não existe estratégia que funcione. Passei horas revirando aquela cena na minha cabeça: a mão dele na cintura dela. O sorriso dela. O jeito natural, íntimo. Não era algo que se inventava — aquilo vinha de hábito, de proximidade. Quem era aquele homem? Médico? Colega de trabalho? Namorado? Marido? Sei lá! As perguntas martelavam sem piedade. O pior era não ter respostas. Eu odiava não ter controle. Na manhã seguinte, decidi que precisava encarar. Não dava para fugir, não dava para ficar remoendo sozinho. Eu preci

