A manhã chegou como um tapa na minha cara. A luz do sol atravessando a cortina parecia zombar da minha dor, mostrando que o mundo continuava girando enquanto meu coração ainda estava estilhaçado. Eu ainda não conseguia acreditar no que tinha visto na noite anterior. Cada detalhe da cena, cada gesto do homem, a forma como ele debochava de mim, ainda estavam gravados na minha mente, martelando sem piedade. Sentei-me à beira do sofá, olhando para o vazio, tentando organizar meus pensamentos. A primeira sensação que tomou conta de mim foi de humilhação. Eu me sentia ridículo, traído, impotente. Era como se todas as minhas forças tivessem sido sugadas, deixando-me com apenas a raiva crua e a dor cortante. Mas, junto com isso, vinha uma faísca, pequena, mas persistente: eu precisava descobrir a

