Noiva De Um Mafioso

P.O.V. Allison Limpo meu rosto com as lágrimas que caem nele. Tento a todo custo não borrar a maquiagem. Acabei de ouvir a pior coisa da minha vida. Nossa família está falida. Não esse não é o problema, a coisa é bem maior. Meu pai sempre foi um ganancioso de merda. Venderia os próprios filhos para conseguir um mísero dólar, como está fazendo agora. Ele decidiu que cada um vai ter que contribuir para voltarmos o que éramos antes. Eu fui a mais prejudicada. Aparentemente, um homem muito rico e bem sucedido deseja fazer negócios com meu pai, só tem um problema, ele quer ser casar, não com qualquer pessoa, mas comigo! Gritei e disse que nunca faria isso, o que me concedeu um belo tapa no rosto. Já tenho um namorado e gosto de estar com ele, por que tenho que trocar, por dinheiro? Isso não é justo, eu não tenho que ser a única a me sacrificar. __ Não fique assim Allison - continuo a me maquiar não dando atenção a minha irmã. __ O que você quer que eu faça? Que sorria e diga que está tudo bem?! - solto uma risada amarga. __ Eu não disse isso, só não quero que se desespere. Nosso pai vai pensar melhor - n**o com a cabeça. __ Não, ele não vai! - respiro fundo tentando não me estressar. Annabeth é minha irmã mais velha, sempre ouço os conselhos dela, mas dessa vez eu não quero ouvir mais ninguém. Termino de me vestir para encontrar minhas amigas. Eu vou sair para esfriar a cabeça, ou irei enlouquecer nessa casa. __ Apenas não cometa uma loucura. __ Como engravidar e nem saber quem é o pai? - foi nesse exato momento que o olhar dela mudou. Sempre faço isso, digo coisas que não agradam as pessoas, não sei deixar ninguém feliz, apenas magoada. __ Quer saber? Faça o que quiser - ela saiu batendo a porta doeu quarto. Pego minha bolsa e coloco meus saltos. Pego meu carro e dirijo até o restaurante que marquei com minhas amigas. Amigas... É uma palavra muito forte, não sei se elas chegam a ser isso para mim, mas nos divertimos juntas. Encontro Pietra e Jade já me esperando. Conversamos um pouco e logo entramos. Me sento junto com elas e logo fazemos os nossos pedidos. Ficamos um bom tempo conversando, não digo a elas nada do que acontece, não quero correr o risco de virar chacota. Engulo em seco quando chega a hora de pagar. Eu nunca teria me preocupado com isso antes. __ Dá última vez foi você Alisson, então eu irei pagar - respiro aliviada. Pietra me olha curiosa enquanto Jade pega o cartão para pagar. Sempre gostei de me apresentar para meus amigos, então sempre paguei todas as nossas saídas. Pietra decide parar em pub próximo para encontrar o namorado. Elas se afastam de mim e vão procurar o namorado dela. Mesmo que eu não diga, ele já tentou ficar comigo, mas como sou uma ótima amiga... Eu não fiz isso. Me sento a mesa, uma que está perto do bar. Alguém pigarreia atrás de mim e eu não dou a mínima atenção. __ Essa mesa está ocupada - me viro para a mulher. __ Eu não me importo, sente em outro lugar - solto um suspiro e reviro os olhos. Se fosse em outro momento, eu teria usado o nome do meu pai para acabar com ela, mas ele não está valendo tanto assim. __ O lugar não é meu, sua... - ela para de falar e se afasta. Um homem vem até a mesa onde eu estou. Ele está de terno e tem um rosto sério e sem expressão. Se eu olhar bem. Céus... Será que bebi muito do vinho francês? Eu o conheço... __ Lorenzo? - seu olhos se encontram com os meus por breves segundos e logo ele desvia - você está muito diferente... E estava mesmo. Ele era apenas um menino magrelo e desengonçado que vivia correndo atrás de mim. Eu nunca dei bola para ele. Qual é... Eu era namorado do menino mais popular da escola, por que eu ficaria com ele? Olhando bem eu entendo o porque. Lorenzo está um pedaço de m*l caminho, bonito e rico, posso ver pelo seu terno Armani. Ele me ignora totalmente, me sinto um pouco incomodada com isso, mas não demonstro. Lorenzo fala alguma coisa para a mulher que se afasta. Percebendo que estou na mesa dele, rapidamente penso em me levantar, mas ele é mais rápido. Ele se levanta e dá um passo, 1 segundo depois e alguns homens também se levantam e seguem ele. Eram homens fortes, ele deveria ter 200 kilos de músculos. Sinto todo meu corpo se arrepiar. Desde quando Lorenzo é importante ao ponto de ter guarda cotas? Não foi 1 ou 2, forma muito mais. __ Para você - a mesma mulher que reclamou que eu sentei aqui, me deixou uma bebida na mesa. Olho para ela sem entender. Não faz sentido algum ela ter me dado uma bebida. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela já tinha desaparecido. Olho para a bebida e penso se devo beber ou não. Decido tomar ela. Já estou no inferno mesmo, vou abraçar o capeta. Bebo um gole e não sinto nada de diferente. Não entendi o motivo dela ter me dado a bebida. Pareceu estranho para mim, acho que até para ela. Lorenzo disse para ela me dar isso? Mas ele me ignorou completamente, era como se eu não existisse. Não gosto de ser ignorada, quero sempre ser o centro das atenções, tem pessoas que não gostam, mas eu amo. Os holofotes todos voltados para mim é a melhor coisa. Lorenzo sabe disso, mas decidiu que me ignorar é uma coisa boa. O garçom traz outra bebida para mim, era da mesma, vermelho cereja, eu não conhecia e não faço ideia de qual seja. Ela é doce e não muito alcoólica, quase não dá para sentir o álcool. O gosto da cereja preenche meu paladar. Jade se senta na minha frente e solta um suspiro. Ela me olha e depois para a bebida. __ Que bebida é essa? - ela pega a taça - eu não conheço. Antes que Jade possa beber dela, eu pego de sua mão. Era minha e ela não tem que tomar, sempre fui muito ciumenta para as minhas coisas, ninguém toca se eu não quiser. __ Eu também não sei, foi deixada para mim. __ E você aceita? Sem nem saber quem foi ou o que tem dentro? - dou de ombros. __ Não estou me importando muito para isso no momento - passo minha mão pelo rosto. __ Alisson... - ela me olha e parecia cautelosa - eu sei o que aconteceu, seu pai pediu dinheiro ao meu emprestado. Sinto todo meu corpo congelar ao ouvir isso. Meu pai foi capaz de ir tão longe? Ele está tão na merda assim? Eu não posso negar que sempre amei todo o luxo que tive, carro, viagens, mansões em alguns países, festas e tudo que o dinheiro pode comprar. Está me matando saber que não terei mais nada disso, mas pior que isso é saber o que tenho que fazer para recuperar minha vida de antes. Estou noiva e nem sei de quem. Meu pai não falou muito sobre ele, apenas que é um homem sério e que não parece ter muita paciência, deve ser um homem de meia idade. O mais estranho, é que tem que ser especificamente eu, não pode ser minhas outras duas irmãs, não, tem que ser eu. __ E? __ Você não parece bem com isso. __ Vamos nos recuperar! - eu estou convicta. Não quero olhar para a cara dela e descobrir que está prestes a debochar de mim. Eu já fiz isso quando o pai dela quase perdeu tudo, o mundo dá voltas e dessa vez eu estou por baixo. __ Se precisar, é só falar comigo - tomo o resto da minha bebida e logo outra aparece na minha frente. Olho para Jade e não digo nada. Eu sou do tipo que prefere morrer ao ter que pedir ajuda e ficar devendo alguma coisa a alguém. Depois da quinta bebida eu já estava boa o suficiente para dançar. Jade me segue e nos divertimos na pista de dança. Naquele momento eu já não estava me importando com mais nada. Eu nem sabia que horas eram, mas eu estou tentando entrar na minha casa, mas aparentemente perdi minhas chaves. Sinto uma mão no meu ombro e me viro com o susto. Quem é aquele? Ai c*****o, é o meu pai! Tento parecer o mais sóbria possível, mas não acho que deu muito certo. Ele está com um olhar de "quero te matar". __ Onde estava? __ Eu? __ Sim, você! - coloco minha mão na boca para esconder minha risada. __ Dançando, por que? Não pode mais? - a porta é aberta e eu sou jogada para dentro. Cai com o rosto no chão e sinto raiva. Ele sempre me tratou dessa forma, nunca diferente. __ Dançando? - ele me puxa pelo braço e me deixa de pé - você tem que estar pronta às 6:00 horas da manhã e olha o seu estado. __ Eu não quero encontrar com ele. Não quero me casar, quero ser livre - abro meus braços e o salto que estava na minha mão para perto da escada. Toda minha família já está acordada para ver o show. Eles não conseguem parar de ser intrometidos. __ Vai ser tão livre que vai morar na rua. A liberdade vai ser linda. __ Cala a boca, Leonardo! Seu drogado de merda! - chuto a cadeira, mas ela é pesada, o que faz com que meu pé doa. __ Filha... Você tinha aceitado isso. __ Eu fingi, tá legal? Eu não quero. Eu nem o conheço, nem sei como ele é - olho para meu pai - e se você acha ele tão maravilhoso, casa você com ele. Eu prometo que não vou ficar chateada, vou até entregar as alianças - sinto um tapa ardente no meu rosto, que me faz cair no chão. É nesses momentos que eu vejo. Só tenho valor quando tenho utilidade. Se eu não fizer alguma coisa que agrade, então eles me batem e me xingam. Meu pai falou algumas coisas que eu não dei atenção. Ele sai da sala e logo minha mãe toma seu lugar ao meu lado. Ela me ajuda a levantar e me leva para o quarto. Eu tomo um banho e me deito na cama. Durmo por no mínimo 1 hora. Por que ele teve que marcar tão cedo? Isso é muito injusto. Estou nesse momento me arrumando para um encontro que eu não quero, mas tenho que ir. A porta do meu quarto se abre e um corpo para atrás do meu. Sinto lábios no meu pescoço me fazendo arrepiar, mas não foi de desejo. __ Sebastian... - dou um sorriso para meu namorado. Apesar de qualquer coisa, eu não posso continuar em um relacionamento com ele, é completamente ridículo, eu odeio traição. __ Por que me pediu para vir aqui tão cedo? - coloco minhas mãos no joelho e respiro fundo. __ Eu... Quero terminar - ele piscou os olhos confusos. __ Espera... O que? - voltei para minha maquiagem. Eu gosto do Sebastian, mas não ao ponto de me derramar em lágrimas por ele. Não estou nem ai como ele vai se sentir. Eu sou mais importante que qualquer pessoa. Então sempre estarei em primeiro lugar. __ Você me ouviu - termino de passar meu batom e me levanto. Decido trocar de vestido, esse não está nada bom. Não me importo de ficar apenas de langerie na frente dele. __ Alisson - ele pega meu braço - fala comigo, eu fiz alguma coisa? __ Não! - puxo meu braço e volto a me arrumar. Coloco outro vestido, um mais simples dessa vez, mesmo que eu não tenha nenhuma coisa simples. __ Então me explica o motivo - solto uma risada. __ Não preciso explicar nada. Acabou! Quer que eu desenhe? - me olho no espelho e vejo que estou pronta. Sebastian me puxa para um abraço e eu tento me soltar. Qual o problema dele? Onde esse ser deixou o amor próprio? __ Eu gosto de você Alisson, você me deixa louco - eu o empurro conseguindo me afastar. __ Para de ser e******o! Acabou, agora volta para sua vida e me deixa em paz. *** Olho para o local que meu "noivo" escolheu. Era um bom café, na verdade é o meu preferido, mesmo que eu nunca tenha dito em voz alta. Minha mãe e minha irmã estão comigo. Elas cismaram em vir. Minha mãe apenas tem medo de que eu possa estragar tudo. Ela sempre colocou a felicidade do meu pai em cima da nossa mesmo. Já sou até acostumada com certas atitudes. __ Você já sabe o que fazer? - Annabeth me olha. __ Virou o que agora? Meu coach? - ela revira os olhos - eu sei como flertar com alguém. __ Querida... - minha mãe segura meu rosto - você é muito linda por fora, mas por dentro... __ Ele vai me ver como? Por fora, eu não vou estar do avesso - minha mãe suspira parecendo querer se acalmar. Que mania de dizer que eu sou uma pessoa r**m. Eu não sou tão r**m assim, sei que posso parecer, mas não sou. __ Ele vai conviver com você e em menos de 1 minuto ele vai ver a terrível pessoa que você é! - mostro o dedo do meio para minha irmã. __ Pode parar as duas. Esse não é o momento para brigas. Mais uma coisa que sempre acontece. Minha mãe vive defendendo minha irmã. Ela diz não ter preferida, mas todos sabem que é a minha irmã. Eu vivi na sombra dela por um tempo, mas depois, ela é quem vive na minha sombra. Temos 1 ano de diferença e não somos muito diferentes. Eu sou a mais bonita, a mais inteligente e pasmem, a preferida do meu pai. Apesar dele ser como é, ainda sou a queridinha dele. Jogo meu cabelo para trás e passo a retocar minha maquiagem. Minha vontade é de sumir daqui, mas então me lembro que eu não quero ser pobre. Se eu tiver que me casar, então que eu me case. Não vai envolver romance, é apenas uma troca de favores. Que ele tenha menos de 100 anos, amém! __ Você falou com seu namorado? - Annabeth passa a prestar atenção na conversa. Me lembro muito bem de ter roubado o namorado dela. Isso foi apenas uma pequena vingança, mas eu gostei de ficar com ele, então continuei. Eu sempre fui bonita, mesmo no ensino médio. Eu não era líder de torcida como ela, eu vivia fazendo ciência, como um nerd. Foi lá que eu conheci Lorenzo, ele era legal, mas nada atraente. Minha irmã vivia fazendo pegadinha comigo, me humilhando. Então para mostrar que eu era sim tão boa quanto ela, eu transei com seu namorado. Quando ela descobriu foi um derramamento de sangue, a coitada gritou, me bateu, me xingou, mas o chifre não desapareceu. __ Ex-namorado - arqueio uma sombrancelha ao ver ela tentar esconder um sorriso. __ Você falou a verdade? __ Mãe eu não vou terminar com ele e dizer o motivo. f**a-se o motivo, acabou, cansei, o sexo não tava bom, ele pensa o que quiser. __ Não acredito que foi tão dura com ele, Alisson - ela me olha sem acreditar - ele merecia uma explicação. __ A partir do momento que eu falo que ele é meu ex, ele não tem direito a mais nada - me viro para a janela. Me pergunto se eu não joguei todos esses anos com o Sebastian fora. Eu nunca gostei dele de verdade, tudo isso por uma vingança. Eu deveria ter saído e me apaixonado de verdade, mas eu não consegui soltar ele, não depois de ver o olhar de ódio da minha irmã. Respiro fundo e me preparo para enfrentar meu destino. Que é me casar com um senhor de idade. Essa é a parte que eu consigo um suggar daddy? Respiro fundo e coloco a mão para abrir a porta. Minha mãe me puxa para um abraço e eu estranho isso, ela nunca foi de demonstrar afeto. A verdade é que eu não gosto de afeto, nada que possa demostrar o famigerado amor. Toda essa baboseira de sentimento, tudo uma verdadeira farsa. __ Vai dá tudo certo, querida - sem saber muito como reagir eu permaneço parada. Ela está tentando me consolar? O que está acontecendo aqui? Eu fico em silêncio e aprecio esse momento. Até que não é tão r**m, gostei de receber um abraço da minha progenitora. Me afasto dela e saio do carro. Eu entro no café e vou até a recepção. Não precisei falar nada, uma mulher apareceu na minha frente com um sorriso. __ Me acompanhe senhorita Patterson - como ela...? Eu acompanho a mulher que me leva para o lado de fora. O bom desse café é que se pode aproveitar ao ar livre. Eu sou deixada em uma mesa um pouco afastada das outras. Olho ao redor e me sinto um pouco nervosa. Toda vez que venho aqui fico nessa mesa, exatamente por ser longe das outras. A flor que está na mesa, a minha preferida. Ok... Eu estou com um pouco de medo agora. Será que ele é um stalker? __ Aqui está - uma garçonete deixa uma xícara de café na minha frente. Parece que as coisas apenas pioram. É exatamente o café que eu tomo, da mesma forma, preto com um colher de açúcar. Então um cupcake foi deixado na minha mesa. Meu corpo se arrepia, me levanto pronta para deixar esse lugar. Dou dois passos e então bato em alguém. Um peito firme e forte, o perfume me deixa desnorteada por um tempo. __ Onde pensa que vai? - arregalo os olhos ao reconhecer a voz. O menino estranho que me seguia na escola, agora transformado em um homem bonito e bem de vida. Levo alguns segundos para raciocinar o que está acontecendo aqui. Lorenzo é meu noivo? Dou alguns passos para trás. Olho para ele que está sério e impassível. __ Lorenzo? __ Olá, Alisson!