Capítulo Três

2114 Words
P.O.V. Lorenzo __ Já está tudo pronto - eu assinto e me levanto. Enquanto estamos indo até o carro, Lupita para e me olha. Eu sei muito bem o que ela está pensando. __ Pode não dizer nada? - eu sei que ela irá falar da mesma forma. __ Você falou com ela, não é? - ela pisca os olhos - eu fico sem entender. Como pode gostar de alguém assim? __ Eu não gosto dela. Eu quero ela, quero mostrar que eu posso te-la - aperto minha mão em um punho. Eu não estou mentindo, eu sou obcecado pela Alisson e não penso em mudar isso. Se eu quero uma coisa, eu consigo! Gostei dela quando mais novo, mas sua forma de ser estragou tudo. Eu poderia esquecer dela, mas alguma coisa em mim ainda a queria e ainda quer. Quando descobri que iria precisar de uma noiva foi o meu fim. Só de imaginar uma mulher ao meu lado o tempo inteiro... Minha mãe não pensou duas vezes antes de conseguir muitas pretendentes. Eu recusei todas, é claro. Lupita é a única pessoa que eu consigo aturar. Ela trabalha para mim, e como tal tem que me obedecer, se eu mandar ela calar a boca, então ela cala. __ Isso... É insano Lorenzo. Não é melhor conseguir outra pretendente? __ Você está disponível? - ela faz uma careta. __ Que nojo! Abro a porta do carro e entro, não demora muito e ela aparece do meu lado. Ainda com uma cara de nojo. Eu sei que ela não pensa em mim dessa forma, assim como eu também não penso. Eu paro em frente ao galpão. Deixo meu carro em um canto e desço. Vim com uma placa falsa para não arriscar. Meus seguranças me seguem para dentro do local, mas alguns ficam de vigia do lado de fora. Estava tão silencioso que dava para ouvir os sons que nossos passos faziam. O vendedor estava parado, com o carregamento das armas. Ele estava sério, com a mão em cima da caixa com as armas. __ Imagino que isso seja meu - ele arqueia uma sombrancelha e depois sorri de lado. __ Eu ainda não vi o que é meu - eu chamo meu segurança. Borges chega com uma maleta e mostra o que tem dentro. Quando ele vê o dinheiro seus olhos brilham. __ Não rastreável? - ele levanta uma metralhadora. __ Da forma do seu pedido - ele pega uma delas e coloca a munição - isso aqui atravessa colete, fácil, fácil - eu cruzo os braços. O homem então atira em um boneco com o colete. A bala atravessa o colete. Com a potência do tiro ele vai ao chão. Lupita me olha em uma pergunta silenciosa. Eu assinto confirmando a compra. Estava tudo indo conforme o combinado, mas então um barulho de tiro corta o silêncio. Meu segurança segura a maleta, o vendedor já estava com ela na mão. __ Emboscada! - um homem entra correndo. Essa foi a última palavra dele, um tiro acerta seu peito e ele vai ao chão. Eu pego minha arma e meus seguranças fazem o mesmo. Logo tiros tomam conta de todo o local. Um deles entra atirando, não contra todos, apenas contra mim. Eu pego um dos homens do vendedor e coloco na minha frente. Lupita atira contra ele. Essa era minha chance. Me escondo atrás de um pilar para me esconder dos tiros. Pego uma das metralhadoras que comprei, ou era para ter comprado. Eu abro fogo contra eles e vejo três caírem no chão. __ Você fez isso? - o vendedor parecia estar me culpando. __ Você não viu tudo vindo contra mim? __ Um c*****o! - ele aponta a arma para mim - tá armando contra mim playboy? - sinto todo meu sangue ferver. Eu não queria me sujar de sangue, mas ele pediu por isso, pediu para morrer pelas minhas mãos. Eu pego seu braço, ele fica sem reação e sua arma vai ao chão. Dou um soco em seu rosto, levanto ele pescoço e bato sua cabeça contra o pilar. A troca de tiros ainda estava acontecendo. Eu podia ver alguns dos meus seguranças mortos, caídos em uma poça de sangue. O vendedor bate no meu braço para tentar sair. Eu aperto seu pescoço até não sentir mais sua respiração. Ele cai no chão. Eu dou um tiro em sua cabeça apenas para ter certeza de que estava realmente morto. Pego a metralhadora novamente. Saio de trás do pilar e atiro contra eles. Um bala acerta meu braço e eu solto um chiado de dor. Quando o último deles vai ao chão os tiros cessam. Eu ainda não abaixo minha guarda, pode ter mais deles vivo. Olho ao redor e vejo a maioria morto. Lupita aparece, ela parecia bem. Eu sei muito bem a forma que a treinei, para ser a melhor. __ Mas que p***a aconteceu aqui? - eu grito para os seguranças que sobreviveram - como deixaram eles entrarem? Eles ficam em silêncio. Eu odeio pessoas incompetentes, que não sabem fazer seus trabalhos como devem ser feitos. __ Não os vimos. __ O que foi agora? Onde está o treinamento de vocês? Meu chefe de segurança aprece. Eles estava olhando o local, para ver se tinha algum sobrevivente. __ Não sobrou nenhum senhor - eu pego a pistola do coldre dele. Mato todos os seguranças que restaram, tinha uns 5 deles. Lupita e Borges pareciam assustados com a minha reação. __ Se isso acontecer novamente eu vou ter a cabeça dos dois em uma bandeja de prata - coloco a arma no coldre novamente. Pego meu celular e ligo para uma pessoa. Eu odiava ter que fazer isso, mas é necessário. __ Preciso que limpe um um local. *** Eu ascendo um cigarro e encosto no meu carro. Sei muito bem o tipo de conversa que eu vou ter agora. Um carro para perto do meu. Não mudo minha posição ou movo um centímetro, apenas levo o cigarro a minha boca. Um homem de idade sai do carro. Meu avô anda com uma bengala, que tem uma cobra na ponta, onde ele segura. Meu primo o ajuda a caminhar. Não se engane com a postura de bom moço, com sua dificuldade de caminhar, ou com sua aparência de cansado. Ele pode matar qualquer um que desejar. O velho tem assassinos a cada espreita. Toda nossa família é de criminoso, não existe um que não tenha matado alguém. Eu sei muito bem que sua bengala tem uma espada, ele a usou para tirar a vida do meu pai, bem na minha frente. Eu apenas observei tudo com admiração. Ele fez isso depois de descobrir que meu pai batia na minha mãe. Se não fosse ele, teria sido eu. Meu pai não sabia quem nossa família é, por debaixo de toda fortuna e sorrisos para a mídia. Eu não queria depender dele, então fiz meu próprio dinheiro, construí meu próprio Império. Mas ainda preciso trabalhar para a máfia, como toda a família. __ Eu gostaria de saber o que aconteceu - jogo o cigarro no chão e piso em cima. __ Um banho de sangue, que vem perseguindo nossa família a anos. Você começou isso, ou se esqueceu? __ Você sabe do que estou falando - seu olhar era duro e frio, eu nunca vi diferente. __ Alguém tentou me matar, eu apenas revidei - ouço uma risada. Eu e meu avô olhamos para Alexander. Meu primo, ele é o mais novo da família e como tal o protegido do meu avô, já que seus pais morreram. __ Desculpa... É que tem sempre alguém querendo te matar - ele não estava mentindo. __ Quando se é bom no que faz, vai ter sempre alguém querendo ser melhor, nem que para isso tenha que passar por cima de um cadáver. __ De qualquer forma, eu estava me referindo a morte dos seguranças. Borges me contou o que aconteceu. __ Eu os matei! Eles eram muito inúteis - aperto minha mão em um punho. Meu avô vive querendo mandar na minha vida, ou na forma que eu resolvo meus problemas. __ Não é assim que funciona. Você não pode matar todo mundo só porque uma coisa deu errada - ele grita fazendo Alexander se assustar. __ Alguém vazou a informação de que estaríamos lá. As únicas pessoas que sabiam eram as que foram comigo. Eu matei todos que eu não confiava - ele parecia surpreso - não me compare com os outros, eu sei muito bem o que faço. O mais inteligente da família, esqueceu? Eu não quero apenas poder e dinheiro como os outros, quero ter a certeza que não irei parar atrás das grades. __ A forma de você agir me preocupa. __ Não dá para treinar uma pessoa para se tornar um assassino e depois não querer que ela mate. __ Você age como um e******o as vezes. Não pense apenas em si mesmo. __ Todos que acharem que podem contra mim, irão morrer. Nada me abala, nada me ataca, nada me atinge! __ Um dia suas atitudes terão consequências, não se esqueça disso. Você não é invencível. Da próxima vez, pense antes de agir - ele deixa uma carta na minha mão e depois sai. Alexander acena para mim e depois segue meu avô. Ele nunca gostou da forma que eu agi, ele acha que sou sanguinário demais, que sempre penso em matar as pessoas antes de qualquer coisa. Eu sei que poderia ter levado os que sobraram a tortura, ou vigiar de longe até descobrir qual deles tinha vazado a informação, mas eu não quis. Se eu achar que uma pessoa deve morrer, então ela morrerá. Meu avô me criou assim. Ele não gosta de saber que criou um assassino perigoso e não tem controle sobre ele. Eu abro o envelope e xingo. Era a porcaria de uma reunião de família, eu odiava. Isso significa que preciso de uma noiva agora. Olho as horas e vejo que estou atrasado. Entro no meu carro e dirijo até a casa da Alisson. A mãe dela me recebe muito bem, como sempre. Ela é a única pessoa dessa família que salva. Eu ouço passos de saltos e então me viro. Eu não posso negar que Alisson é linda. Não sei definir o que sinto por ela, só sei que ela tem que ser minha. E como a p***a do obcecado que sou por ela, estou fazendo de tudo para conseguir. Eu sempre mantive um olho nela. Sei todos seus gostos, tudo que ela sonha ou pensa. Seu namorado nunca foi um empecilho para mim, eu sei que ela nunca gostou dele. Eu deveria ter matado ele, mas tenho outro plano. Ela ainda não era minha minha, então eu não tinha direitos sobre ela. Mas agora ela vai ser, Alisson será toda tinha minha. O vestido vermelho estava ótimo em seu corpo. Vermelho sempre foi a cor dela. __ Você está atrasado - ela parecia estar com raiva. __ Foram apenas 3 minutos - ela revira os olhos. Cerro a mandíbula para não demonstrar minha raiva. Alisson sempre gostou de me tratar m*l. Logo ela vai entender que isso mudou. Eu a puxo pela cintura a deixando perto de mim. Ela ofega e coloca as mãos no meu peito. Olho para seu rosto e fecho meus olhos. O cheiro do seu perfume me deixa louco. Aperto mais sua cintura sentindo o prazer tomar conta do meu corpo. Me afasto e puxo ela pelo pulso para fora da casa. A mãe dela fala alguma coisa que eu não faço questão ouvir. Alisson faz força e puxa o braço. Ela fica parada e cruza os braços. __ Não me puxe, eu não sou uma criança, ou um cachorro em uma coleira. __ Não é uma criança, mas age como uma - eu seguro em sua mão e ando até o carro. Abro a porta e ela fica parada por um tempo antes de entrar. Sorrio de lado e então vou para a parte do motorista. __ Para onde a gente vai? - me inclino e puxo o cinto de segurança em seu corpo. __ Surpresa - ela faz uma careta. Coloco o dedo nos meus lábios para esconder um sorriso. Quando ela fica dessa forma, ela fica... Fofa?! __ Odeio surpresas - coloco seu cabelo atrás da orelha e então dou um beijo em seu rosto. Ela tenta me acertar um tapa, porém eu me afasto. __ Eu sei que você odeia, é por isso que preparei uma para você. __ Te odeio! - ela vira o rosto para a janela.
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