13 - Kauê

1905 Words

O cheiro do café da Lorena é igual ela. Simples, quente, e com um gosto que gruda. Mesmo cansado, de corpo sujo de pólvora e alma pesada, quando ela apareceu ali, com o moletom grande demais e as olheiras fundas, eu soube: tava vivo por pouco. Mas viva por ela. Polícia desceu com tudo, mas a gente segurou. Não pelo morro, não pela firma, por honra, pelo respeito. Só que enquanto eu trotava entre vielas, revisava ponto, orientava soldado... só conseguia pensar nela. Se a casa dela tava no tiro cruzado. Se a mãe dela tinha conseguido descer. Se ela tava bem. Se ela... tava com ele. Porque, além do inferno armado lá fora, ainda tinha isso. Nathan anda em volta dela igual abutre em volta de carniça. Achando que pode chegar, falar bonito, olhar daquele jeito safado que ele tem, e que eu vo

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD