A pior parte de tudo era o silêncio. O silêncio deles. Não tinha mais as mensagens idiotas do Kauê me chamando de "magrela" no meio da tarde, nem as passadas inesperadas do Nathan na padaria, com aquela desculpa esfarrapada de "tava passando por aqui". Os dois... sumiram. Claro, eu via eles de longe. Vi o Kauê passando de moto duas vezes, subindo e descendo o morro, como se a vida dele seguisse normal. Vi o Nathan com os vapores, mais calado que o normal, com aquela cara de poucos amigos que só ele sabia fazer. Mas... nada de olhar pra mim. Nada de vir atrás. Nada de provocação, de sorriso torto, de piadinha. Era como se eu fosse invisível. E eu... tava surtando com isso. Parei na frente do espelho do meu quarto, joguei o corpo na cama e fiquei encarando o teto, abraçando a almofad

