O bebê mamava tranquilo, aninhado ao meu peito, alheio ao caos que rondava lá fora. A paz dele era quase insultante, se não fosse tão sagrada. Era o único ser inocente naquele inferno. O leite escoava quente e lento, e eu sentia o peso do mundo nos meus ombros, mas ali, naquele instante, eu era só mãe. Uma mãe tentando manter a sanidade enquanto era mantida prisioneira por um homem que dizia me amar. A porta se abriu com um clique sutil, e a enfermeira entrou, acompanhada por um dos capangas de Dante. Alto, forte, o tipo de homem que parecia ter nascido com um fuzil no lugar do berço. Ele mantinha os olhos fixos, sem piscar, mas eu conhecia aquele tipo. Era mais do que guarda-costas. Era sentinela. Era aviso. Era ameaça. A enfermeira se aproximou e sorriu gentilmente, aquela gentileza me

