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SOL NARRANDO O celular vibrou em cima da mesinha de madeira velha, quase escorregando. Eu tava com a toalha enrolada na cabeça, sentada no sofá, tomando um café preto amargo que ela jurava curar tudo da enxaqueca ao coração partido. “Roberto ligando.” Respirei fundo antes de atender. Já sabia que ele vinha com aquele jeitinho de príncipe perdido no castelo de vidro dele. — Alô? — Bom dia, meu amor. Tudo bem com você? — a voz dele veio mansa, educada tão fora da realidade que eu tava vivendo aqui que até me deu vontade de rir. — Tô bem sim, e você? — Melhor agora, ouvindo tua voz. Tá tudo certo aí? Você precisa de alguma coisa? Fiquei em silêncio por uns segundos. A preocupação dele era genuína. O jeito que ele falava comigo era doce. Mas me dava uma angústia um peso de não consegui

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