DONA ROSA NARRANDO Voltei pra casa do aluguel cantando baixinho e carregando as mudinha que a Cida me deu — espada-de-são-jorge e jibóia embrulhada em jornal — e um pedaço de bolo de milho pro pessoal (que no fundo eu já sabia pra quem ia sobrar a maior fatia). Abri a porta e dei de cara com a Sol no sofá. Tomei até um sustinho, porque eu jurava que ela ia rodar obra o dia inteiro. — Filha! Sumiu ontem, que houve, menina? Tá em lua de mel? — soltei, rindo, do meu jeito. Ela olhou pra mim com um sorriso curtinho, desses que não chega no olho. — Tava sim… — falou baixo. — Tá tudo bem, mãe? Eu encostei as plantas na mesinha, botei o bolo na bancada e fui chegando, lendo a cara dela. Tava diferente: bonita, mas pesada. Olheira fina, a boca apertada. Coisa de quem dormiu m*l ou pensou dema

