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1555 Words

Dona Rosa Narrando A porta m*l fechou atrás da Sol e o barulho do pagode lá de baixo já parecia bater aqui dentro, misturado com o chiado do óleo que a Cida deixou no fogo pra fazer bolinho de chuva. Eu sentei na beirada do sofá com a xícara de chá nas mãos, tentando não pensar besteira. Mas cabeça de mãe é bicho danado: quando a filha sai pra se divertir, o coração quer ir atrás. — Vai dar tudo certo, Rosa — a Cida falou, mexendo o açúcar na minha caneca. — Hoje tu respira. Amanhã a gente resolve obra, pedreiro, tudo. — Tomara, Cida… — respondi baixo. — Só de saber que ela tá rindo, já me dá um descanso por dentro. Ficamos um pouco em silêncio, só o chiado dos bolinhos e a televisão baixinha mostrando novela repetida. Aí a Cida, que nunca segura assunto, veio com a pergunta que eu já

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