18

1185 Words

Sol narrando Cheguei no portão da casa da minha mãe com o coração batendo igual tambor de escola de samba. Mas não era carnaval, não. Era fim de linha. Era inferno montado no asfalto da minha infância. A Cida ficou lá dentro com minha mãe. Eu pedi pra ela não deixar a véia sair por nada nesse mundo, porque o que tava prestes a acontecer ali fora, eu não queria que ela visse. A casa dela era colada na nossa. Dava pra ouvir tudo, dava pra sentir a tensão na pele, igual cheiro de queimado antes da faísca. Quando botei o pé na frente da casa, vi o meu pai no chão, levando chute, soco, coronhada. Uns três bandidos em cima dele, batendo como se ele fosse um saco de carne. E ele nem reagia mais. Só gemia. Sangue na testa, camisa rasgada, já nem parecia gente. Encostado no carro, de braço cruz

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD