111

1583 Words

BRASA NARRANDO Desci do muro igual quem vai pro abate. O sangue já quente, olho fechado num risco só. Vi o moleque ainda ali, meio enrolado com a massa, olhando pro chão. A Sol botou a mão no meu braço, tentando segurar: — Ítalo… não. Puxei meu braço seco, aquele puxão que não dói mas avisa, olhei pra ela com a cara que faz até bandido veterano recuar. Ela deu dois passos pra trás na hora, a Dona Rosa segurando o braço dela e falando baixinho: — Olha onde você se meteu, menina… Nem respondi. Fui reto no moleque, peguei ele pela gola da camisa suada, outro punhado no cangote. Saí arrastando o ajudante igual cachorro desobediente, subindo a ladeira da obra com o pó do cimento levantando no pé. O Márcio veio atrás, trena batendo na perna, cara de desespero: — Brasa, pelo amor de Deus, e

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD