BRASA NARRANDO Acordei moído. Corpo duro, cabeça pesada, boca seca. Aquele rescaldo de controlado m*l dormido, seis de uma vez no estômago vazio, merda de ideia só pra fazer a mente calar. Levantei do jeito que dá, cada músculo reclamando. Fui direto pro banheiro, chuveiro no talo do frio, água cortando o couro como faca. Fico ali calado, respirando pelo nariz, deixando a pele arder pra ver se a dor por dentro desiste de mim. Não desiste. Toalha no ombro, espelho embaçado, cara de poucos amigos, ou seja, a cara de sempre. Eu não me entrego pra dor, não no meu CEP. Me visto: bermuda preta, camisa seca, cordão grosso no peito. Chinelão no pé. Ferro na cintura, lugar de sempre, onde a mão acha sem pensar. Pego chave do carro, tranco a casa e desço a rua no automático. Chego na boca e o mun

