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DONA ROSA NARRANDO Hoje eu me arrumei que nem moça em dia de festa. Vestido azul-marinho que a Sol comprou “pra quando a senhora quiser se sentir chique”, batonzinho cor de goiaba, brinco de argola, cabelo solto com os cachos bem ajeitados. Quando o Márcio buzinou, meu coração deu aquele pulinho bobo de menina. Falei pra mim mesma: “calma, Rosa, é só um jantar…”. Mas não era “só” nada. Era a primeira vez. Ele desceu do carro com camisa de botão, todo alinhadinho, cheiroso de água-de-colônia. Abriu a porta pra mim, como se eu fosse rainha. Fiquei sem graça e entrei rindo. — Tá linda, Rosa. — ele falou, devagar, dando ênfase no “Rosa”. — E você tá um pão, Márcio. — respondi, no deboche, pra quebrar o gelo. O restaurante era bonito que só. Luz baixinha, mesa com toalha branca, garçom que

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