BRASA NARRANDO A porta bateu atrás da Sol e eu fiquei ali, sozinho com os dois. O quarto parecia pequeno demais pro peso que eu tava sentindo dentro do peito. Passei a mão na cara, puxei o boné, botei o casaco por cima da camisa suada. Quando vesti, não era roupa: era armadura. Era escudo pra não sentir. Não pensar. Só fazer. Fui até o canto, peguei o galão de gasolina como quem pega um copo d’água. Aquele cheiro me acalmava, não por fetiche ou loucura. Era porque eu sabia o que vinha depois. Fogo. Fim. Silêncio eterno. O Dário começou a balançar na cadeira. — Por favor, Ítalo… na moral… me perdoa, meu filho, eu não queria isso. Eu… eu errei, mas eu sou humano, cara… Eu sou seu sogro, p***a! Continuei andando devagar. Fui até a cortina, levantei devagar, abri o tecido e comecei a desp

