14

1420 Words

Sol Narrando O abraço demorou, pesado. Eu sentia o osso do ombro dela contra meu rosto, e aquilo me deixou mais aflita ainda. Minha mãe sempre foi forte, dura, tinha braço pra carregar caixa, sacola, o que fosse. Agora… parecia que qualquer vento podia derrubar. Segurei minha mala com uma mão, a outra ainda entrelaçada nela, e a gente foi andando juntas até a porta da casa da Dona Cida. Era na mesma calçada, quase colada, e Cida já foi abrindo a grade antes da gente chegar. — Entra, gente, vem. — ela falou, com aquele jeito acolhedor que eu lembrava de quando era pequena. Puxei a mala pra dentro, encostei perto da parede e tirei o óculos. A luz da cozinha bateu direto nos meus olhos, e foi quando eu encarei minha mãe de verdade. Foi como tomar um soco no peito. A pele dela parecia mai

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD