Terror – On
A Valentina subiu correndo e me deu uma raiva enorme. Quem ela pensa que é pra me deixar falando sozinho, argumentar comigo? Eu sou o dono dessa p***a, e se ela não andar na linha vai se ver comigo.
Alice: Qual é o seu problema? Proibir a garota de fazer faculdade? – grita comigo.
Eu: Você abaixa essa voz comigo. É só uma faculdade boba, nem deve importar. Quer dinheiro? Pede pra mim – falo, e ela começa a rir, deixando todos na mesa confusos.
Alice: Você é i****a ou o quê? Se fosse apenas uma faculdade, ela não ficaria assim. Pra sua informação, ela faz essa faculdade pela mãe, pela promessa que fez a ela. Vê se cresce, Thiago, esse mundo não gira em torno das suas escolhas – fala e sai andando com as meninas. Ficamos apenas eu e o DT. Mano, eu realmente não sabia que era pela mãe da garota. Eu sou traficante, não aquelas pessoas que ficam vendo futuro.
DT: Pegou pesado, cara. A menina já tá aqui sem querer, e você ainda vai proibir ela de fazer as coisas?
Eu: Quem manda nessa p***a sou eu. Se ela não aprender a me respeitar, vai aprender na marra.
DT: Você tá irreconhecível, cara. Vai fazer o quê? Bater nela? Cadê o Thiago que eu conheço? O que não machuca mulher, o que sempre tá ao lado da família? Eu sinto falta desse você – ele fala e sai, assim como as meninas.
Mano, eu não sou o mesmo e não pretendo voltar. Não preciso que eles gostem do que eu me tornei. Esse é meu novo eu. Vou pro boca e pego a primeira p**a que vejo, nem lembro o nome dela.
Valentina – On
Eu estava bem melhor. Desci com a Ana e fizemos um bolo que agora estava no forno. Sentamos, e na mesma hora entraram três loucas e o DT.
Ana: O que é isso? Tá achando que aqui é casa da mãe Joana? – pergunta, cruzando os braços.
Isis: Tia Ana, você sabe que a gente ama você, né?
Isabela: Ela quer saber se tem comida – fala, e a Íris dá um tapa nela.
Íris: Aí, p*****a! O quê? Era só falar.
Ana: Eu e a Valen fizemos um bolo. Tá no forno, vai ter que esperar.
DT: Está melhor, pequena? – pergunta, sentando ao meu lado.
Eu: Estou. A Ana conversou comigo.
Alice: Amanhã tem baile, tutcha-tutcha! – começa a rebolar sem música mesmo.
Eu: Pode chamar pessoas pra esse baile?
DT: Mas especificamente o Oliver, né? – assinto. – Pode – ele fala. Eu o abraço e todos riem.
Ficamos conversando até o bolo ficar pronto.
Eu/Meninas: COMIDA! – corremos igual doidas, uma atropelando a outra, mas chegamos na cozinha.
A Ana desenforma o bolo, e ele ficou LINDO. Também, né? Eu e ela que fizemos. Cortamos um pedaço e, quando íamos começar a comer, o Terror chega.
Terror: Ninguém chama pra comer, né? – fala entrando na cozinha.
Ana: Não tá vendo a comida? Já é grande pra saber a hora de comer – fala, ignorante.
Terror: Nossa mãe... – ele corta um pedaço e come, enquanto todos ficam em silêncio.
Isabela: Sabe fazer bolo, hein, Valen? – ela fala, e ele engasga, fazendo todos olharem pra ele.
Eu: A Ana me ajudou.
Ana: Mentira, ela fez a maioria. Eu só liguei o forno, porque o daqui é uma complicação.
Alice: Nossa, mas essa menina é pra casar!
DT: O marido vai comer só bolo – fala, e todos riem, menos eu.
Eu: Ei, eu sei fazer as coisas! – falo emburrada, mas depois começo a rir.
Terror: A patricinha não deve saber fazer nada. Deve ter tido tudo de mão beijada – ele fala, e meu rosto se fecha. Ele não sabe metade da minha vida.
Ana: CHEGA, TERROR! Pegou a menina pra falar m*l dela? Que saco! – grita, surpreendendo a todos, que não imaginavam isso dela.
Eu: Você não sabe metade do que eu passo, nem do que eu vivi e ainda vivo até hoje por causa dos meus problemas do passado. Já parou pra pensar que não é o único ferido nessa vida? – falo, e ele levanta, para na minha frente e segura meu queixo.
Terror: Se eu fosse você, maneirava nas palavras. Porque se eu me irritar mais um pouco, é melhor nem estar por perto – fala ainda me segurando.
DT: Chega, Terror. Solta ela – ele o segura, e então ele me larga. Subo pro meu quarto e me tranco. Olho o relógio e vejo que são 17h. Eu estava morrendo de sono e cansada. Quando fico triste, mesmo dormindo cedo, só acordo no outro dia.
Vou pro banheiro, ligo o chuveiro, entro e começo a chorar em meio à água, disfarçando as lágrimas. Fico pensando na minha vida agora, na minha vida antes... no que vai ser de mim.
Termino o banho e coloco uma roupa.
Deito na cama e olho uma foto minha com minha mãe e minha pequena. Choro mais um pouco e logo depois pego no sono, querendo que isso fosse só um sonho...