A manhã estava calma. Mattheo dormia em seu quarto, até que o estalo da aparatação o faz acordar assustado.
Ele rapidamente pega sua varinha, que deixa em baixo do seu travesseiro, apontando para onde veio o barulho, mas, ao ver Anélisse ele abaixa.
Ele arregala os olhos, mas antes que ele falasse algo, Anélisse colocou o dedo nos lábios indicando que ele fizesse silêncio.
— É muito cedo ainda, seu pai deve estar dormindo, fale baixo. — Anélisse fala em tom baixo, se aproximando de Mattheo.
— O que foi ? Tá tudo bem com você, Lisse ? — Mattheo pergunta em tom baixo, abraçando Anélisse.
— Meu pai quer me mandar embora, Theo— disse, com a voz trêmula. — Para os Estados Unidos. Ele quer me afastar de você.
Mattheo fechou os olhos, os punhos se cerrando nas costas dela.
— Ele n******e fazer isso.
— Ele pode e vai fazer— cortou ele, amarga. — E se eu tentar fugir agora, ele vai me caçar. Você sabe como ele é.
O silêncio se estendeu entre os dois.
Mattheo subiu aos mãos para o rosto de Anélisse, os olhos escuros brilhando entre ódio e determinação.
— Então a gente vai garantir que nada, nem distância, nem feitiço, nem o tempo, nem seu pai , consiga nos afastar.
Ela o olhou, confusa.
— Como?
Ele hesitou por um instante, depois disse baixo :
— Sanguis Vinculum.
— Eu sei que você tem medo, mas, Lisse, é o único jeito de garantir que não vamos nos perder, falou baixo a encarando nos olhos. — Eu prometo que o feitiço é só o começo, depois, eu me resolvo com nosso pais. É só.. só uma garantia.
Anélisse sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
— Feitiço de sangue... — sussurrou. — Mattheo, isso é perigoso.
Ele assentiu.
— Eu sei. Mas é a única forma de garantir que mesmo que te mandem pra outro continente... parte de você ainda vai lembrar de mim. E parte de mim, de você.
Anélisse o encarou, os olhos marejados.
Sabia que não deveria que aquele tipo de magia antiga sempre cobrava um preço.
Mas, ao mesmo tempo, o medo de perder Mattheo era maior.
Ela ergueu as mãos até o rosto dele, acariciando suas bochechas.
— Eu confio em você... Vamos fazer, Theo.
Mattheo respirou fundo, aliviado.
— Me encontra as 4h da manhã no jardim das rosas.
Anélisse sem forças de falar algo, apenas beijou brevemente Mattheo. Se soltou dele com relutância, pegou sua varinha e aparatou de volta para sua casa.