Capítulo 46. Decisão

428 Words
A manhã estava calma. Mattheo dormia em seu quarto, até que o estalo da aparatação o faz acordar assustado. Ele rapidamente pega sua varinha, que deixa em baixo do seu travesseiro, apontando para onde veio o barulho, mas, ao ver Anélisse ele abaixa. Ele arregala os olhos, mas antes que ele falasse algo, Anélisse colocou o dedo nos lábios indicando que ele fizesse silêncio. — É muito cedo ainda, seu pai deve estar dormindo, fale baixo. — Anélisse fala em tom baixo, se aproximando de Mattheo. — O que foi ? Tá tudo bem com você, Lisse ? — Mattheo pergunta em tom baixo, abraçando Anélisse. — Meu pai quer me mandar embora, Theo— disse, com a voz trêmula. — Para os Estados Unidos. Ele quer me afastar de você. Mattheo fechou os olhos, os punhos se cerrando nas costas dela. — Ele n******e fazer isso. — Ele pode e vai fazer— cortou ele, amarga. — E se eu tentar fugir agora, ele vai me caçar. Você sabe como ele é. O silêncio se estendeu entre os dois. Mattheo subiu aos mãos para o rosto de Anélisse, os olhos escuros brilhando entre ódio e determinação. — Então a gente vai garantir que nada, nem distância, nem feitiço, nem o tempo, nem seu pai , consiga nos afastar. Ela o olhou, confusa. — Como? Ele hesitou por um instante, depois disse baixo : — Sanguis Vinculum. — Eu sei que você tem medo, mas, Lisse, é o único jeito de garantir que não vamos nos perder, falou baixo a encarando nos olhos. — Eu prometo que o feitiço é só o começo, depois, eu me resolvo com nosso pais. É só.. só uma garantia. Anélisse sentiu um arrepio percorrer seu corpo. — Feitiço de sangue... — sussurrou. — Mattheo, isso é perigoso. Ele assentiu. — Eu sei. Mas é a única forma de garantir que mesmo que te mandem pra outro continente... parte de você ainda vai lembrar de mim. E parte de mim, de você. Anélisse o encarou, os olhos marejados. Sabia que não deveria que aquele tipo de magia antiga sempre cobrava um preço. Mas, ao mesmo tempo, o medo de perder Mattheo era maior. Ela ergueu as mãos até o rosto dele, acariciando suas bochechas. — Eu confio em você... Vamos fazer, Theo. Mattheo respirou fundo, aliviado. — Me encontra as 4h da manhã no jardim das rosas. Anélisse sem forças de falar algo, apenas beijou brevemente Mattheo. Se soltou dele com relutância, pegou sua varinha e aparatou de volta para sua casa.
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