Capítulo 62. Mattheo

395 Words
Mattheo acordou bem no outro dia, sereno, calmo, centrado. Seguiu para seus treinos diários, feitiços, duelos. Tudo corria normal. Estranhamente confortável. Mattheo chegou em casa,cansado. Um dia longo sob pressão e controle do seu pai. Ele sabia que estava indo bem, mas seu pai sempre exigia mais e mais. Ele estava exausto aquele dia, se deitou e o sono veio rápido. Mattheo suava, tremia, o peito subia e descia. Ele acordou de uma vez, assustado, ofegante. Mattheo teve um sonho, uma menina que parecia ter sua idade, cabelos castanhos escuros, olhos castanhos, pele clara como a luz do luar. Ela chorava, parecia querer dizer algo a ele, mas não conseguia, as palavras não saiam da sua boca. - Quem é essa garota ? - Pensava Mattheo. Foi a primeira de inúmeras noites sonhando com ela. Todas as noites ela aparecia, de jeitos diferentes, mas sempre ali. Chorando, sorrindo, cuidando, correndo. Mas sempre, sempre ela. Mattheo ao decorrer dos anos até se acostumou, tinham noites que evitava dormir. Mas sempre que cedia ao cansaço aquela moça aparecia. Ele tentou de tudo, procurou, usou feitiços, mas nada, nada aparecia. Mattheo foi crescendo, nunca contou nada sobre ela e seus sonhos para ninguém, ele achava ridículo, tinha medo de ser visto como fraco por seu pai. Os anos foram passando. Mattheo cresceu, agora era um bruxo forte, poderoso, tinha em mãos pergaminhos, livros, anotações de feitiços poderosos e perigosos, e agora ele sabia usar.Já com vinte e cinco anos, Mattheo se via ainda sonhando com ela. Já eram dez anos de noites cansativas, sempre por causa daquela menina, que agora já aparecia como mulher em seus sonhos. - Será que ela nunca vai me deixar em paz ? É um castigo ? Uma ilusão ? Um feitiço que jogaram em mim ?. Ele tinha inúmeras questões, mas nenhuma resposta. Até que um dia, em seu sonho, ela o chamou... Ela o chamou pelo nome. E dali para frente tudo mundou. Mattheo fez de tudo até que conseguiu.. Ele viu ela, uma mulher real de pelo e osso, passeando pelas ruas frias de Londres. Ele observava de longe, capuz preto escondendo o rosto, mas seu coração, seu coração estava acelerado. Ele não via a hora de abordar ela, saber se a voz dela era doce como em seus sonhos recentes. Mas, por enquanto, ele só a olhava de longe.
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