MAJU NARRANDO A aula correu leve, mais do que eu imaginava. Eu entreguei o conteúdo, brinquei, corrigi dever, mandei bilhete no caderno do aluno bagunceiro — rotina de escola. Quando o sinal do intervalo bateu, fui pra sala dos professores com a cabeça um pouco mais solta, mas o coração ainda batendo num ritmo estranho. Sentei ali, peguei minha garrafinha d’água, respirei fundo. Foi quando o celular vibrou. Nem precisei desbloquear. O nome dele apareceu na tela, seco e desgraçadamente familiar: Rodrigo. Ligação perdida. Dois segundos depois, mensagem. Mais uma. Mais uma. Fechei os olhos e bufei. A vontade era de explodir o telefone na parede, mas eu não podia fazer cena ali. Só virei o rosto e deixei o celular de lado por um tempo. Não ia responder, não agora. Que esperasse. Que sof

