GADERNAL NARRANDO Eu subi o morro dirigindo igual um demônio, a mão travada no volante, a mandíbula tão apertada que cheguei a sentir latejar na têmpora. O ódio tava preso na garganta, queimando forte, quente, pedindo por uma válvula de escape. A Penélope vinha no banco do carona choramingando, fungando, limpando lágrima com a mão tremida, toda marcada, mas aquilo só me deixava mais puto, porque não era só sobre a cena que ela fez hoje — era sobre tudo que ela vinha acumulando nas minhas costas há anos, fazendo meu nome virar chacota, queimando meu filme, me botando em situação de merda com meus aliados, me atrasando, me adoecendo. Cada soluço dela era combustível pro meu ódio ficar mais grosso dentro do peito. A mesma filha da p**a que entrou armada dentro de uma escola. A mesma que sub

