Capítulo 09 - Presente?

1278 Words
Manu Dois dias se passaram depois que o maldito bandido que quase matou o meu irmão apareceu no hospital me ameaçando. Eu não sai do lado do Arthur e estou esperando ele melhorar um pouco para ele me dizer o tamanho do problema que ele me enfiou. Estou de olhos fechados pensando no que eu vou fazer, mas sinceramente eu não sei e escuto um sussurro… — Eu sei que tu tá acordada, Manu, deve tá querendo me matar, num é? — Eu continuo do mesmo jeito, porque ouvir a voz desse idiot@, realmente me dá vontade de mata-lo. — Abre os olhos e vem pra mais perto de mim, mana. — Quem escuta ele falar até acredita que ele é tão carinhoso assim. Bem, ele é quando precisa de mim. Respiro fundo, levanto devagar e me aproximo. — Não Arthur, já tem muita gente querendo isso e por muito pouco não conseguiram. — Eu sei que tu deve tá com muita raiva de mim, mas assim que eu sair daqui eu vou resolver isso. — Nossa Arthur, que alívio. Eu tenho certeza que você vai saber como se livrar de um monte bandido assassino rapidinho e sem nenhum problema. — Eu falo com meus olhos cheios de lágrimas e com muita raiva na voz. — Eu não acredito que você teve a coragem de se envolver com gente desse tipo? Não acredito que você me envolveu num negócio sujo e perigoso desse, Arthur? O que aconteceu com você? Só somos nós dois, meu irmão. — Eu disparei a falar e ele tenta se sentar e com voz embargada fala: — Manu, eu fiz uns negócios errados, mas eu vou conseguir me livrar. Tem uns caras que são inimigos desses que eu devo dinheiro e vou lá fazer um acordo com ele e vender umas informações que eu tenho e aí fica tudo certo. Só de ouvir como o meu irmão pretende resolver o problema, eu perco completamente a força das pernas e preciso me segurar na cama para não cair. — Como é Arthur? Você vai vender informações de uma gangue de bandidos pra outra gangue? — Pergunto sem acreditar no que eu ouvi. — As informações são quentes, vale dinheiro, Manu. Você vai ver, eles vão pagar caro. — Ele diz como se estivesse vendendo um carro ou algo parecido. — Eu, eu acho que você deve ser louco… Como você pode acreditar que isso é seguro, que isso pode dar certo? Arthur eles vão te matar e antes disso vão me fazer m*l e me matar também. — Não Manu, eles… — Chega eu não vou ouvir mais nada. Você não tem a menor noção, Arthur. Eu devia… devia ir embora e te abandonar. — Eles vão te achar e te matar, Manuela. — Vão me matar? E você não disse que ia resolver tudo sozinho, que não ia me prejudicar? — Pergunto irônica. — Eu vou resolver, mas preciso sair daqui primeiro, porque preciso pegar as provas e fazer a emboscada pra eles. E se você fugir eles vão desconfiar e colocar tudo a perder. — Ele fala como se a culpa fosse minha. — PARA ARTHUR, pelo amor de Deus. — Perco a cabeça e grito, me esquecendo que eu estou em um hospital. — Fica calma, toma um copo de água, você vai ver que eu posso resolver e que você pode confiar em mim. Eu pego um copo de água, me sento e tento me acalmar, porque se não eu mesmo vou matar meu irmão e depois de um tempo, eu levanto e pergunto: — Quanto você deve a esses desgraçados? — Pergunto com voz baixa e ele fica calado. — Quanto você deve? Qual o valor Arthur dessa maldita divida? — 300.000,00. — Ele fala com voz calma. — QUANTO? — Para de gritar, se controla. — Me controlar? Você deve 300.000,00 a um bando de marginais e manda eu me controlar. — Ando de um lado para o outro, passando a mão no pescoço, como se estivesse procurando o ar, que estava me faltando. — Arthur, não temos esse dinheiro, eles vão matar nós dois. — Manu, eu sei que parece o fim do mundo, mas eu vou tentar resolver. — Eu preciso sair daqui… Eu não aguento olhar pra tua cara… SEU IDIOT@, SEU MALDITO, i*****l… — Grito, porque o desespero toma conta de mim e de repente Safira entra e me segura. — Manu, o que está acontecendo aqui? Fica calma, amiga. — Ela se aproxima e me abraça me confortando. — Me tira daqui Safira, antes que eu mate esse idiot@. Ela pega minha bolsa, coloca a mão nos meus ombros, sai me amparando e me leva pra um banco no jardim do hospital, compra uma água pra mim e fica me olhando, enquanto eu tomo. — E ai Manu, porque você, que é tão calma, ficou tão fora do controle desse jeito? — Porque Safira? Você ainda tem coragem de me perguntar isso? — Pergunto ainda bastante nervosa, mas ela alisa meus cabelos com carinho. — Safira, o idiot@ do meu irmão, está devendo trezentos mil reais a uns bandidos perigosos que querem matar ele e me ameaçaram de me matar também. — Meu Deus Manu, é muito dinheiro. — Ela fala colocando a mão na boca. — Eu sei, porque você acha que eu estou assim? Tão descontrolada? Ela me abraça e deixo as lágrimas caírem no meu rosto um pouco, mas logo somos interrompidas pelo Julio. — Meninas, que bom que encontrei vocês. Você está bem, Manu? — Enxugo as lágrimas e tento me recompor para que ele não perceba o meu estado, porque não quero que ele saiba de nada, mas como a Safira não sabe o que aconteceu, ela vai logo abrindo a boca e contando pra ele. — Julio, o irmão de Manu está devendo trezentos mil reais a uns bandidos. — Safira, cala a boca. Eu tento fazê-la calar, mas é tarde demais. — Manu, por que você não quer que eu saiba. — Ele pergunta com cara de bom moço, que eu não confio mais. — Porque isso não é problema seu. Eu vou resolver isso sozinha, Julio. — Manu, o Júlio pode ajudar, ele é seu amigo. — A inocente da Safira ainda tenta, mas não deixo ela continuar. — Eu já disse que resolvo sozinha, você Julio, já me ajudou demais. — Será que você Safira, pode olhar o idiot@ do meu irmão um pouco, eu preciso resolver um problema. — Eu posso ir com você, onde você quiser. — Julio se oferece. — Vou aceitar uma carona até minha casa, se você puder. — Eu peço séria. — Claro, vamos. No caminho ele tenta de todas as formas oferecer dinheiro para pagar a dívida e até negociar com os bandidos e quando chega na porta da minha casa, eu pergunto: — Julio, obrigada por me trazer, mas se eu aceitasse o que eu teria que te dar em troca? — Pergunto seca. — Manu, nada. Você não confia em mim? — Eu devia confiar? — Olha, eu pago, como fiz com o hospital do seu irmão e sei que você vai entender que o melhor é me dar uma chance e então será um presente de namorado. — Ta ai, o que ele quer. Eu sorri, abri a porta do carro e quando vou saindo me debruço no vidro dele e falo: — Julio, obrigada, mais uma vez, eu prometo que vou avaliar a sua proposta pela minha virgindade. Saio sem olhar para trás, mas sinto o olhar frio e raivoso dele para mim. ***
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