Roni narrando capítulo 44 Tem coisa que a gente guarda no peito e engole seco. Não porque quer, mas porque tem medo do que pode acontecer se cuspir. Eu sou assim. Um baú trancado. Todo mundo me vê como o dono de bar calado, o cara que tá sempre por perto quando precisa levar ou trazer alguém. Que faz os corre na muquia sem sujar as mãos, e tudo na surdina . O bar é meu. “Bar do Roni”, pintado em vermelho desbotado na fachada descascada. Tem sinuca, geladeira que pinga mais do que refrigera e duas caixas de som que só tocam samba antigo. Mas ali é só cenário..A real é que o bar é fachada. Por trás da porta do estoque tem o que não devia ter. Encomenda, pacote, rádio, fita adesiva, sacola preta. Tem o corre todo camuflado, silencioso. Sem estardalhaço, sem fumaça, sem sangue . A dif

