Alice narrando capítulo 163 cont... Saí do laboratório com um algodão colado no braço e o envelope do ultrassom apertado contra o peito, como se segurar forte fosse impedir que tudo escapasse de mim. O corredor parecia mais longo do que antes, as vozes e os passos das pessoas ao redor soando abafados, como se eu estivesse andando dentro d’água. Quando cheguei no carro, sentei no banco e fiquei imóvel, com as mãos no volante, mas sem coragem de ligar a chave. Abri o envelope mais uma vez, meus olhos passeando naquelas palavras técnicas, frias, que tentavam descrever algo que, dentro de mim, já tinha um peso muito maior do que qualquer laudo poderia explicar. Peguei o celular. Por impulso, quase disquei o número de alguém pra contar. Mas… contar pra quem? Como? Eu mesma ainda não sabia

