Alice narrando capítulo 162 Eu olhei aquele papel mais uma vez, como se as letras pudessem mudar se eu insistisse. Meus dedos tremiam, a folha amassando um pouco entre eles. A garganta seca, um nó preso que não me deixava nem respirar direito. O consultório parecia pequeno demais pra caber o turbilhão que tava dentro de mim. Eu conseguia ouvir o tic-tac do relógio na parede, o som da caneta da médica batendo de leve na mesa… mas tudo soava distante. “Positivo.” Essa palavra tava clara, nítida, quase gritando pra mim.Eu pisquei, passei a mão nos olhos marejados, tentando acordar de um sonho ou de uma pegadinha de mau gosto. Porque… isso não podia estar certo. Não depois de ouvir durante anos de dois, três especialistas diferentes dizendo que meu corpo não podia gerar. Que era melhor eu

