CAPÍTULO 54 O baile do Turano naquela noite era uma celebração em dobro: a vitória contra Falcão e o retorno de Marratimah com Dandara e os gêmeos. A favela inteira desceu pra quadra. Fogos explodiam no céu, DJs revezavam batidões pesados, e as patroas se destacavam com roupas de brilho e joias que só quem era do alto comando podia ostentar. Mas no meio da multidão, entre marmitas, curiosas e convidadas de aliados, uma figura se destacava pela discrição. Ela não usava brilho, não sambava, não tirava fotos. Branquinha, como era conhecida nas ruas de La Paz, era uma das melhores informantes de Mateo El Frio. Tinha sotaque brasileiro e ginga de favela, mas os olhos frios denunciavam que ela não estava ali pra dançar. Ela observava cada movimento. Registrava mentalmente os aliados próximos

