CAPÍTULO 53 – SANGUE FRIO, CORAÇÃO QUENTE
Na mata fechada de um recanto esquecido da Baixada, Cruz mantinha o abrigo simples onde Dandara e os gêmeos estavam escondidos. Um barraco reforçado, com cerca elétrica, sistema de câmeras improvisado e uma trilha de acesso escondida por bambuzais. A ordem era não sair, não acender luz à noite, não fazer barulho. Mesmo assim, a tensão pesava no ar.
— Eles ainda tão atrás da gente? — perguntou Dandara, amamentando um dos bebês.
Cruz olhou o monitor velho da câmera. Nada.
— Por enquanto, não. Mas a guerra não acabou. Falcão ainda respira, mesmo de fora.
Dandara acariciava a testa suada de Richard enquanto David dormia pesado no berço improvisado. Os olhos dela estavam fundos de tanto medo e cansaço, mas havia fogo ali dentro. Cruz percebia isso.
