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The Lost Song

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intro-logo
Blurb

Após um terrível acidente, a ausência se torna a grande companheira de Minatozaki Sana. Por fora, ela parece feliz e determinada, mas por dentro está perdendo as esperanças. Decidida a esquecer o passado, ela muda-se para Seul afim de concluir a faculdade de música e quem sabe ter uma chance de recomeçar.

Kim Dahyun é considerada um prodígio no meio musical, com importantes conquistas acadêmicas, ela é motivo de orgulho para a família. Mas tudo muda depois de um acontecimento. Agora ela está apavorada e se sentindo mais sozinha do que nunca.

Lidando com questões pessoais não resolvidas, essas duas jovens vão encontrar uma na outra alguém que compreenda o que estão passando.

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01
Sana's pov: Absorta em pensamentos, olho para os transeuntes que circulam pelo aeroporto. Não é minha primeira visita a Seul, mas dessa vez estou na cidade para morar. O céu está ensolarado e a brisa calma da primavera me deixa ainda mais reflexiva. Meus olhos se voltam para o celular vibrando em minha mão. Sinceramente, eu espero que seja minha prima ligando para se assegurar de que já estou a sua espera no aeroporto. No entanto, não é isso o que acontece, mas tampouco é uma surpresa ver o número da minha mãe iluminando a tela. Começo a me sentir culpada por me sentir meio indiferente quanto a sua preocupação. Eu prometera a mim mesma que não atenderia se ela me ligasse novamente. Suas atitudes recentes abalaram nossa relação, destruindo muito do que fomos um dia. Mas eu sei que não posso cumprir a promessa de igroná-la. Ela é minha mãe. Mesmo quando não me entende — o que tem acontecido com frequência —, ela ainda é minha mãe. O celular está um pouco afastado do meu ouvido, no entanto, percebo sua voz se enchendo de uma preocupação desnecessária, mas muito familiar. Ela ainda insiste que eu deveria concluir minha faculdade em Osaka, mas faço o possível para que entenda que estou tomando a decisão certa em me mudar. — Só quero que você fique bem, Sana — minha mãe diz, suspirando do outro lado da linha. — Você sabe que sempre apoiei suas escolhas. Se essa decisão for por causa da nossa última conversa, saiba que eu só preciso de um tempo para entender. Ela tem se culpado por eu estar em Seul, mas estudar aqui já era minha opção há algum tempo. Eu já havia feito algumas pesquisas e conseguido transferência para a sede da minha faculdade de música em Seul. Além disso, minha mãe precisa do espaço dela. E eu preciso do meu espaço. — Vou ficar bem, mãe — garanto ao telefone. — E quanto a conversa, não vamos voltar a esse assunto, certo? — Está bem. Mas se você precisar de qualquer coisa, me avise, está bem? Ou pode voltar para Osaka, certo? Nós duas sabemos que isso não é uma opção. Ao menos não por enquanto. Até que aceite minha orientação s****l, minha presença não vai fazer bem para ela. Faço que sim como se ela pudesse me ver, e ela continua falando. — E onde você está agora? — Esperando minha prima no aeroporto. Hirai Momo é filha do irmão da minha mãe, e foi só por causa dela que minha mãe relaxou um pouco quanto a ideia de eu vir concluir a faculdade em Seul. Momo me ajudou a convencê-la de que estudar no exterior seria ótimo para o meu currículo e prometeu que eu moraria com ela e não nos dormitórios da faculdade. Só que eu não preciso de toda essa atenção. Eu não sou mais criança, e, depois do acidente que causou uma grande reviravolta na minha vida, já presenciei caos suficiente para conseguir sobreviver a um ano de estudos em Seul. Me apoio em uma coluna, olhando para o céu límpido do lado de fora do aeroporto, e solto minha bolsa de viagem antes de colocar o estojo do violino no chão. — Ela já está chegando. — Digo. E como sei que ela vai manter essa ligação por muito mais tempo do que eu quero, acrescento: — Mais tarde eu ligo, tá? — Tudo bem. Faça isso. E, Sana? — Sim? — Amo você. Repito as palavras que ela vem me dizendo com grande frequência nos últimos dias. Por algum motivo, minha mãe parece se sentir culpada por tudo o que aconteceu. Guardo o celular e olho para a frente ao ouvir o Hyundai Garndeur de Momo rugi quando ela para em frente ao aeroporto. O lugar está lotado de famílias viajando, pessoas se abraçando, chorando e rindo. Pessoas mergulhando na tão conhecida conexão humana. Espero Momo se aproximar do meio-fio. Então afasto-me da coluna, pego minha bolsa e o estojo do violino, levando-os até o carro. Minha prima salta do carro e vem até a frente me cumprimentar. Sua camisa social está enfiada na calça de alfaiataria e seus sapatos impecáveis completam o visual formal. Diferente da última vez que nos vimos, seus cabelos estão loiros e ondulados. E quando ela me puxa para um abraço, posso sentir o cheiro suave do seu perfume. Uma pequena risada escapa de seus lábios. — Quem te vê assim de jeans e tênis nem imagina que você é uma violinista. — Pois é. As pessoas precisam mesmo para de rotular umas as outras. — Respondo, sorrindo. Ficamos em silêncio total, e a crescente onda de lembranças começa a encher minha mente. Momo provavelmente está lembrando também. Diferentes lembranças de uma mesma época em que vivemos juntas. — Isso é tudo que você tem, certo? — Ela pergunta, apontando para minha bolsa. — Suas outras coisas já estão na minha casa. — Isso facilita um pouco a mudança. — Coloco a bolsa e o estojo do violino no banco de trás do carro e vou até o lado do carona para entrar. Seguimos viagem conversando sobre coisas aleatórias, e imagino que meus próximos meses serão assim. Conversas e interações agradáveis. Momo pode ser a minha prima, mas a ligação que temos vai muito além de laços sanguíneos. É como se existisse um fio invisível nos unindo. Nós duas podemos jurar que esse elo começou antes mesmo de nascermos. E podemos jurar que vai existir até o fim da vida. — Como anda aquela composição na qual vinha trabalhando? Consegui colocar você na aula de prática instrumental com uma ótima professora. Sei que as pessoas dizem que nós só contratamos os melhores dos melhores, mas, para ser honesta, às vezes aparecem algumas pessoas um tanto desqualificadas na instituição. — Ela ri de si mesma. Momo trabalha no setor administrativo da KArts, que em breve será minha faculdade depois que estes últimos dias de férias chegarem ao fim. O último ano da minha vida acadêmica será gasto com minha prima circulando pelos corredores. Acho que não tenho do que reclamar. — Continua na gaveta, Momo. — Abro um pouco minha janela, me sentindo um pouco esgotada com todas as novidades que enchem minha mente. — Não tenho focado nela ultimamente. Momo olha para mim e pigarreia. — Sua mãe disse que você ainda sofre com os pesadelos. Respiro fundo como um sinal de angústia reprimida. A verdade é que eu comecei a ter os pesadelos depois do acidente. Mesmo depois de meses ainda sou assombrada com as lembranças daquela noite fatídica. Mas não havia necessidade da minha prima saber disso. Permaneço em silêncio, olhando pela janela. Vendo que não respondo, Momo diz: — Desculpa… — Ela estica o braço e aperta minha mão. — Não queria arrastar você de novo para isso. Então muda a mão de posição, colocando-a debaixo da minha e deixa nossos dedos entrelaçados. Gosto da naturalidade desse gesto, é como se não tivéssemos ficado anos longe uma da outra. Olho para ela e torno a respirar fundo. — Está tudo bem — minto. Eu me afastei dos problemas. Decidi me concentrar na minha música. Me concentrar nos estudos. Estou na faculdade, a um ano de fazer algo da minha vida. Porém, por mais que eu tente esquecer o que aconteceu, minha memória vai fazer questão de me lembrar disso todos os dias. As pessoas sempre dizem que, com o tempo, tudo vai ficando mais fácil quando se perde alguém. Dizem que, com o tempo, vai melhorar. Mas eu não consigo entender como isso pode acontecer. A cada dia, tudo só se torna mais cansativo. Inclino a cabeça em direção à janela, e me perco olhando para as ruas movimentadas da minha nova cidade. Momo muda de assunto e, eu agradeço por isso. — Estou muito feliz por você vir morar comigo — diz. Eu me viro para ela e meus olhos castanhos encontram os seus escuros, então ela olha de novo para a pista. — Também estou feliz. — Digo com suavidade. — Sei que já te agradeci antes, mas obrigada por ter me ajudado com minha mãe e com as questões da mudança. Isso significa muito para mim. — Pode parar por aí, Minatozaki — Ela me repreende, sorrindo. — Você sabe que sou capaz de fazer qualquer coisa para te ver bem. Não precisa agradecer. Sorrio. — Eu sei. Mas tem certeza de que está tudo bem eu ficar na sua casa? — Pergunto. Momo me lança um olhar que sugere que, se eu perguntar isso mais uma vez, ela vai ficar mais do que feliz em me socar até eu perceber o quanto está tudo bem. — Não seja boba. Você precisa de um lugar para ficar… — Ela torna a sorrir. — E eu tenho um lugar para você ficar. […] O carro de Momo para sobre o cascalho na entrada da sua casa — minha residência temporária. Sou rápida em notar outro carro na garagem, um belo Nissan Altima preto. A casa de pé direito alto é muito semelhante à casa onde morei a vida inteira. — Seu quarto fica no fim do corredor, à direita. — Momo diz, me entregando a chaves de casa. Abro a porta do carro e saio, indo até o banco de trás para pegar minha bolsa e o estojo do violino. — Tem comida na geladeira, se quiser. — Ela diz, conferindo as horas no seu relógio de pulso. — Preciso voltar para a faculdade, mas chego no horário do jantar. — Tudo bem. Eu agradeço novamente e dou alguns passos. Mas antes de entrar em casa, olho por cima do ombro apenas para captar um relance da minha prima me observando antes de acenar e dar partida no carro. Ao entrar na casa, eu observo como tudo está limpo e organizado. A planta realmente é semelhante a da casa dos meus pais em Osaka, mas a sala de estar parece ter alguns metros a mais. O piso é de madeira escura e as paredes são de um claro marrom-acinzentado. A mobília da sala de estar parece como se tivesse sido feita sob encomenda e varia de um grande sofá de couro castanho claro, com duas poltronas de couro combinando a uma TV plana fixada em um painel na parede. A sala ao lado parece ter sido convertida em uma área de trabalho confortável, com uma estante de madeira do chão ao teto. Fico boquiaberta com a coleção de livros que Momo tem a disposição. Seguindo pelo corredor, dou uma olhada no quarto antes de entrar e vejo uma cama arrumada, uma escrivaninha com toalhas e itens de banheiro em cima dela e um guarda-roupa. Algumas caixas que minha mãe enviou estão empilhadas na parede próxima a porta. Meu celular começa a vibrar, e o nome de Yuta aparece na tela. Yuta é meu primo, irmão mais novo de Momo. Nós também éramos bem próximos, mesmo depois que sua família se mudou para Seul, há cinco anos, ele me garantiu que, independentemente de qualquer coisa, seria sempre um dos meus melhores amigos. — Alô? — Oi, Sana! Chegou bem? Sei que Momo ia buscar você no aeroporto, mas eu só queria saber como você estava. — Oi, cheguei. Ela acabou de me deixar em casa, mas precisou voltar para o trabalho. — Eu bem que gostaria de ter ido te buscar, mas estou ocupado com algumas coisas do meu curso. Yuta também está se formando em música. Ele toca piano desde que me lembro. Por várias noites, eu fui até sua casa para praticarmos alguns duetos juntos. — Tudo bem. Nós vamos ter muita chance de nos ver pelo campus da faculdade. — Digo, entrando no quarto e colocando minhas coisas sobre a cama. — E também pretendo ir te visitar na casa dos seus pais assim que possível. — Bem, sei que você já sabe, mas se precisar de alguma coisa, nem pense duas vezes, ok? Família é mais importante que trabalhos acadêmicos. Você está arrumando suas coisas? — Estou. Minha mãe enviou minhas coisas com uma certa antecedência. — Certo. Tem certeza de que não precisa de nada? Porque posso muito bem ir até aí e falar até você cansar — Ele diz, rindo. Sorrio. Não consigo deixar de sorrir. — Não, estou bem, juro. Acho que vou só arrumar minhas coisas mesmo. — Tá bom. Mas ligue se precisar de qualquer coisa. A hora que for. — Obrigada, Yuta. — Imagina, garota. Até mais. Depois de desligar, sento na cama e fico encarando as paredes brancas. Não é a primeira vez que venho para a casa de Momo, mas ainda não posso chamá-la de lar. Parece estranho. Talvez esse pensamento mude com o tempo. Abrindo as caixas, tiro minha coleção de CDs, a coisa mais eclética que eu tenho entre minhas posses. Minha mãe é musicista e acha que vale a pena explorar todos os gêneros existentes. Por isso escutávamos de tudo e nossa casa não ficava em silêncio nem por um segundo. Depois que esvazio as caixas e desfaço minha mala, vou até a cozinha. O congelador tem uma grande variedade de refeições prontas. A geladeira está totalmente cheia com frios, frutas, bebidas e mais algumas iguarias. Não mé surpreendo, afinal Momo adora cozinhar. Passo as horas seguintes no meu quarto enquanto mato o tempo visitando algumas redes sociais. E quando me canso disso, procuro por algum livro interessnate na estante do escritório da minha prima. Seguindo pelo corredor, vou até a sala da casa, e me sento em uma das poltronas. Pela janela posso ver um belo jardim senso banhando pelos últimos raios de sol. Na minha memória ele era muito maior, mas acho que lembranças são assim mesmo — nem sempre reproduzem fielmente a verdade. Pego o celular e coloco os fones de ouvido. Sem pensar duas vezes, dou play, escutando os primeiros acordes da Sonata n° 5; Bethoveen. Fico ali sentada com o livro em mãos, vendo o sol se por.

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